#5 – Asilo Arkham

Olá!
Obrigada a todos que tem acessado o blog, divulgado e, sobretudo, lido as obras que posto.
A obra de hoje é uma maravilhosa, fenomenal, revolucionária – mas também muito densa, sufocante, que vai te dar momentos de introspecção.
Hoje, leremos “Asilo Arkham” (Arkham Asylum: A Serious House on Serious Earth, com roteiro de Grant Morrison e arte de Dave McKean, e publicada no Brasil em 1990).

Essa história possui duas narrativas que se intercalam, recurso já utilizado em outras obras que indiquei aqui. A primeira narrativa mostra a origem do Asilo Arkham, um lar para criminosos-não convencionais – isto é, que necessitam de tratamento psiquiátrico. Também mostra a história do seu fundador, Amadeus Arkham, que o funda em Gotham City em honra de sua finada mãe Elizabeth Arkham. Algumas pessoas dizem que a história de Amadeus é ainda mais tenebrosa que a de Bruce Wayne. De outro lado, temos a narrativa de um acontecimento em 1º de abril: os internos do Asilo Arkham, liderados pelo Coringa, que fazem uma rebelião com reféns e colocam como exigência para libertá-los a presença de Batman. Claro que o homem-morcego aceita tal desafio e é levado para um labirinto de “brincadeiras”, onde sua sanidade mental é testada por diversos vilões, um após o outro.

No final, as duas histórias acabam se unindo quando [Alerta de spoiler! Se deseja ler, posicione seu mouse sobre esse texto]. Além disso, há ainda a presença da metáfora de Alice no País das Maravilhas, sugerida no início e no encerramento da obra, que funciona como um panorama histórico da tentativa de compreender o incompreensível. Batman cai, assim como Alice, num universo desconhecido e louco; mas lá não encontra lagartas etéreas e gatos, mas espíritos atormentados e agressivos.

Eis uma obra que quebra qualquer paradigma, uma obra que verdadeiramente transmite ao leitor a sensação de opressão, de claustrofobia, de caminhar na corda bamba entre a sanidade e a loucura. Mais uma vez, diminui-se a distância entre quem é vilão e quem é herói (claro que essa distância não se acaba, mas diminui consideravelmente e confunde você, leitor).
A arte de Dave McKean é estupenda, provocadora, tenebrosa, totalmente noir (sabe o que é noir? Leia mais aqui); você vai sentir medo de algumas figuras, de alguns recursos e metáforas que ele utiliza nas suas ilustrações. Sua técnica envolveu cores densas, colagens, distorções – o resultado final é incomparável. O texto de Morrison é perturbador e assustador, por vezes melancólico.
Quase não tem ação; nada de dentes voando, de olhos roxos. Mas consegue ser mais impactante do que qualquer luta violenta. “Asilo Arkham” é densa, vai mexer brevemente com a sua sanidade (não se assuste! Ela volta ao normal depois), vai te empolgar, puxar e empurrar, vai te exaurir e entrar no seu cérebro.
Já deu pra perceber que é uma obra que não dá pra deixar passar, não é?

Então utilize-se do pouco de sanidade que ainda te resta e faça imediatamente o download dessa obra-prima!

Clique no link abaixo para fazer download! UPADO EM 18/04/2020

https://drive.google.com/open?id=1SpwewPELc4eipjOIK0U0Kb-hsm4xAPOr

Uma resposta

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  4. oi tudo bem?

    estou começando a ler Batman agora…. to amando muito… mas gostaria de pedir sua ajuda, pois comecei a ler por que amo o vilão pinguim… eu queria ler as obras dele, mas não achei aqui nenhum titulo referente diretamente a ele…. ficaria muito agradecida de você me ajudasse ^^

    amei você ter mencionado Alice aqui… pois em o ano um também senti um pouco de Alice… sabe…. estou cansado da vida…. segui um coelho…. cai num buraco…. achei o meu mundo… meu refugio seguro… *-*

    To amando o blog!! ^^

    • #25 – Pinguim: Dor & Preconceito

      Essa é uma das obras mais recentes destinadas ao Pinguim. Arte do Szymon Kudranski, um traço “único”, por se dizer. Não é muito meu estilo, mas pra quem é fã do personagem que o artista retrata, às vezes novos estilos são interessantes.

      Com certeza tem mais material do Pinguim solto pelo mundo, e ele faz diversas aparições em vários arcos da série principal, como Terra de Ninguém, Cidade Castigada (acho), Batalha pelo Capuz e algumas outras. Fora o bico na “Golden Dawn” da série “The Dark Knight” do David Finch, mas nessa o Batman bate demais nele, se você gosta do cara vai ficar chateada.

  5. Parabéns pelo blog que é muito bacana, pois tinha vária dessas revistas na minha infância e com o tempo fui perdendo,trocando enfim, e de uns tempos pra cá voltei a ler novamente hqs do Batman e achar esse blog foi um lance de muita sorte e encontrar a maioria delas em um só lugar é bom demais ,pois desde minha infância gostei do Batman .Valeu mesmo.

  6. Já agradeci muito por ter achado este maravilhoso blog, esta entre meus favoritos a tempos e recomento a todos os meus amigos que gostam de quadrinhos (do batman pelo menos hehe) sempre que possivel.
    Dessa vez estou com um problema e gostaria de ajuda. Não consigo ler as falas do coringa desda HQ. Tentei 3 programas diferentes: comicrack(pc), comicview(pc), androidcomic(tablet). Em nenhum deles eu consigo ver as falas dele.
    Tem algum programa recomendado ou algo que eu possa fazer para conseguir ler essa maravilhosa HQ?
    Agradeço desde já 🙂

  7. Jéssica e CIA,

    Há tempos que tenho tentado entender o universo do MORCEGO e sinceramente, não consigo entender como vcs conseguiram alinhar “cronologicamente” este universo…risos… (haja café, leitura e muita concentração e dedicação)

    SIMPLESMENTE fantástico essa iniciativa.

  8. Muito, muito forte. Provavelmente a história do bats + forte q li até agora. Claustrofóbica… realmente eu só Queria sair de Arkham. Engraçado como “tudo o q é importante” nas histórias do batman estão ali — no sentido mítico e simbólico. Ver ele “matando o dragão” literalmente, encontrando seu amor (cara… é a versão mais demoníaca do coringa), cercado por todo um incrível e aterrorizante jogo de palavras.

    E vou dizer… Morrison é genial “a moda dele” — preocupado sempre com o sentido mais mitológico das coisas, diferente de Moore (um preocupado com o cult e com o sentido político) e Miller (preocupado com o mais humano). Ver “Zeus” citando grego, Alyster Crowley e até uma magia (celta?) escrita no chão é sinal que ele realmente se preoucopa com o mais mítico do humano.

    E forte… mt forte. Como eu disse, tudo o qe eu queria era realmente Sair de Arkham. Final condizente com todo o enredo também. Coringa, como sempre, comparando “o nosso mundo” com o mundo dos loucos kkk. Mas no geral, Morrison ensaia uma Crítica à Razão (maior arma do batman) em todo a HQ. No fim, venceu a Obstinação do Batman e nada +. Foi como se Morrison nos lembrasse q além da Razão, Batman tem uma Força de Vontade Inquebrantável (como vimos… foi por pouco, mt pouco).

    Excelente HQ, mas confesso q n via a hora de Sair de Arkham kkk
    ps: E arte primorosa. Parecia algo como “colagem”, junto a desenhos mesmo. Perfeita essa arte. E EU TENHO MEDO O.O

    E viva ao Batman Guide!

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