“O amanhã pertence ao Batman.”
Olá!
Como as coisas se complicaram nessas últimas semanas… É meu penúltimo semestre da faculdade e o laboratório onde eu trabalho esteve envolvido em grandes seminários e congressos que exigiram muito de mim e de todas as meninas que trabalham comigo. E o resultado foi mais de um mês sem postar aqui no Batman Guide! Peço desculpas a todos vocês por esse atraso. Entretanto, nem tudo são más notícias: são minhas primeiras férias de trabalhos e estudos desde o começo de 2012! Desde então, quando eu não estava trabalhando, estava estudando, e vice-versa. Agora estou de folga dos dois! Vamos tentar compensar o tempo perdido então?
A HQ de hoje foi publicada na Batman #700, em uma edição gigante de aniversário. Conta com o roteiro de Grant Morrison e a arte de Tony Daniel (pgs. 3-10), David Finch (pgs. 11-18), Andy Kubert (pgs. 19-27) e Frank Quitely (pgs. 28-33). Além disso, tem uma galeria de imagens que conta com artes de Guillem March, Dustin Nguyen e Bill Sienkiewicz, entre outros. Sim, esse é o grupo de DINOSSAUROS responsáveis por essa história. Eu tenho a impressão que você não deveria deixar de lê-la.
Aprecie “O Tempo e o Batman”! (“Time and the Batman”, agosto de 2010)!
Você, leitor do Batman Guide, sabe o que acontece quando Grant Morrison está no roteiro de uma obra. É hora de abandonar alguns conceitos pré-estabelecidos: tempo, espaço, consciência, realidade, sonho. O conceito que você precisará redefinir para esta HQ é, como o próprio nome da história diz, tempo. O templo é flexível.
Como comemoração da edição #700, o que temos é uma viagem pela trajetória do Morcego ao longo dos exatamente 40 anos de história. Cada período da história de Batman é homenageado com primor e detalhismo que irão agradar aqueles que, como nós, tem interesse no caminho que o Morcego percorreu desde o caráter brincalhão da Era de Prata até seu estabelecimento como o Cavaleiro das Trevas sério e implacável que ele se tornou.
Introduções feitas, vamos para a história.
Primeira parte: o “Ontem”.
Batman (Bruce Wayne) e Robin (Dick Grayson) estão sendo mantidos reféns por Coringa, Mulher-Gato e outros vilões como Chapeleiro Louco, Charada e Espantalho. A arte dessa parte é riquíssima em detalhes. Vou pedir para que você leia com cuidado um dos enigmas que Charada faz em uma dessas páginas. Ao identificá-lo, tente respondê-lo mentalmente.
Os heróis estão sendo submetidos a uma máquina de hipnose temporal. Trata-se de uma Máquina de Possibilidades; nas palavras de Batman, ela “gera visões de como as coisas poderiam ter sido”. Mas nem por um minuto vocês devem se esquecer que estamos falando do Goddamn Batman: levará três minutos para a máquina ser reiniciada pelo doutor Carter, e ele avisa aos vilões que estará livre das algemas em apenas dois. Coringa não acredita nisso. Ele acha que conseguiu quebrar Batman, “atropelá-lo” – lembre-se da sua participação nos eventos de “Batman: A Luva Negra”. Inconformado, ele faz uma promessa: ele irá enviá-lo de volta para o grande dia em que Batman nasceu, e dar a Batman a chance de desfazer a sua própria criação, abortando os demônios que o levaram a ser o que é. Através do Livro de Piadas do Coringa.
Bem otimista esse Coringa, né. Ele realmente acha que o Batman ia deixá-lo brincar de deus dessa maneira? Claro que o Morcego consegue se desvencilhar do plano de Coringa e mandar os vilões para os cuidados de Gordon.
Entretanto, na volta para casa, Batman e Robin começam a conversar… E se Batman tivesse realmente voltado no tempo e impedido Joe Chill de matar seus pais? (Isso me lembrou um dos paradoxos das viagens no tempo, mais especificamente o Paradoxo do Avô, em que se discutem as implicações de uma pessoa voltar no tempo e matar seu avô, que por sua vez não conheceria sua avó, ou seja, essa pessoa não existiria). Entretanto, essa possibilidade não tira o sono de Bruce porque, segundo ele, “somos o que somos e não podemos mudar o que já aconteceu”. É uma filosofia que eu, particularmente, adoto para a vida.
Segunda parte: o Hoje.
Anos depois. Agora Batman é Dick Grayson, e Robin é Damian Wayne. O doutor Carter Nichols está morto. Um tiro no coração, mas sem sinal da arma. Um sorriso no rosto. E o capacete da Máquina de Possibilidades ao seu lado. Desconfiado, Grayson acha que seria uma boa idéia aparecer no Beco do Crime, onde os pais de Bruce morreram – e o conceito de Batman nasceu – para levar flores em homenagem a Martha e Thomas. Mas como é pedir muito que Batman e Robin tenham UM minutinho de paz em Gotham, eles se deparam com uma legião de bandidos fazendo um arrastão na cidade. Ah, os bons e velhos quadros de porradaria, dentes quebrados e maxilares deslocados, uma cortesia de Batman e Robin.
Aparecem uns vilões a mais que contam sobre um leilão ilegal do Pinguim e Batman avisa, sorrindo, que está de olho neles. Na boa, acho que eu me assustaria menos levando umas porradas do Batman do que sendo alertada por ele com esse sorriso perfeito meio maníaco. Esse jeito do Dick Grayson desagrada a alguns, mas é indiscutível que só piorou o medo que os vilões tinham de Batman.
Você vai notar que, da página 18 à 19, a arte sofre uma mudança significativa; a arte fica a cargo de Andy Kubert. Particularmente, eu não curti o desempenho dele nessa HQ. Ele fez os personagens com queixos mega-projetados para a frente e os lábios inferiores muito evidentes. Fica meio difícil de enxergar a seriedade nas coisas com um Batman fazendo beicinho. Mas tudo bem, ninguém acerta o tempo todo. Dick postula sobre a morte de Charter: foi suicídio. Um suicídio com um tiro no coração e sem sinal da arma? Oh, well, quem sou eu para questionar o Batman, não é?