#88 – O Retorno de Bruce Wayne

Olá, queridos!
Depois do nosso Especial sobre as sagas “A Noite Mais Densa/O Dia Mais Claro”, eu trouxe para vocês uma história que vai solucionar muitas das nossas dúvidas sobre o que vem acontecendo com Bruce.
A HQ de hoje será “O Retorno de Bruce Wayne”. É uma saga com 6 volumes. Mas não deixe o baixo número de edições te enganar: trata-se de uma série complexa que, se lida sem instrução, pode facilmente confundir o leitor. Só por essa descrição nem preciso dizer para vocês que é Grant Morrison o roteirista dessa HQ. Ele não deixa de abusar de elementos ocultistas nas suas tramas, simbologias que passariam incógnitas num olhar despercebido.
Posso ter errado em qualquer interpretação, então por favor me avise nos comentários caso encontre alguma discrepância. Então, se prepare para O Retorno de Bruce Wayne! (Return of Bruce Wayne, roteiro de Grant Morrison e vários artistas, julho a dezembro de 2010).

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Volume #1 – “Sombra sobre Pedra” (Era Paleolítica)
(Shadow on Stone, roteiro de Grant Morrison e arte de Chris Sprouse. Julho de 2010)

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001Isso mesmo que você leu, caro leitor. Trata-se de uma viagem no tempo.
A história começa justamente com a nave que o pessoal do Planeta Diário lançou para o espaço em Crise Final, com o corpo “morto” de Bruce e a história da Crise Final (para que ela não se perdesse no tempo; como uma espécie de “cápsula do tempo); e ela caiu no meio de uma tribo de homens da caverna, num solo dito sagrado. A tribo se chama Tribo dos Cervos. Batman acaba interrompendo um ritual de iniciação de um dos garotos da tribo; e isso causa um efeito devastador para aqueles homens, pois os rituais de iniciação são realizados em solos sagrados, com a presença dos deuses, então quando Bruce aparece justamente lá ele é visto como uma espécia de “deus”, uma representação divina não necessariamente imortal mas certamente enviada pelo próprio Supremo.
Apesar de lermos as edições traduzidas, eles não necessariamente se comunicam, pois falam a sua língua e Bruce fala inglês. Bruce está sem memória, mas involuntariamente lembra-se de Coringa, o que lhe causa sofrimento.

002O Efeito Ômega de Darkseid lançou Batman através do tempo. Entenda: A cápsula em que Batman “estava” foi lançada pelo tempo enquanto o multiverso era banhado pelo Efeito Ômega, causado pela queda de Darkseid. E por que Batman caiu justamente na era paleolítica? Um dos anciões da Tribo havia dado um colar para sua esposa, um colar feito de pelos de corça branca – tal qual o colar de Martha Wayne.
Justamente por isso Batman é transportado para essa era; é a primeira vez na história em que um colar foi utilizado como símbolo de amor, como símbolo de proteção. Guarde essa informação na cabeça: ao longo dos 6 volumes dessa saga, Batman sempre será transportado para lugares com algum significado para sua história, de seu nascimento enquanto Bruce e enquanto Batman.
003E então um conhecido nosso do último texto dá as caras: Vandal Savage, que é considerado um homem amaldiçoado pelos homens da tribo, líder do Povo do Sangue, sem nem um pingo de respeito por qualquer solo sagrado. Um garoto assiste de perto a morte de seu pai – a primeira vez na história em que um filho assiste um assassinato de seu pai. Isso remete ao começo da história do Batman. Savage rouba o colar de pérolas, assim como Joe Chill fez.
Batman tenta fazer um ataque surpresa ao Povo do Sangue, mas é capturado por Savage. Ele ameaça Wayne, dizendo que comerá seu cérebro e seu coração pela manhã (como faziam as tribos canibais primitivas). Devorar um “homem-deus” significaria tornar-se um deus também. E assim ele reina por um dia como líder da tribo, com direito a todas as mulheres e as regalias prestadas a um líder.
004Pois bem, se Batman era tratado como deus quando chegou na tribo inicial, agora ele é um refém de Savage; é chegada a hora do sacrifício.
Por toda essa primeira edição um menininho tem ajudado Batman, como uma espécie de Robin, que ajuda Batman a escapar da sua prisão e ficar em segurança. O menino ajuda Batman a tomar um composto que acaba com as dores e as infecções resultantes da tortura comandada por Savage. Agora Bruce está livre para fugir e salvar sua pele… Ou ficar e salvar a tribo que o acolheu. E conhecendo o Batman como o conhecemos, não fica difícil saber o que ele decide. Decide pela justiça. Então Batman se veste com um uniforme improvisado e, munido dos instintos das artes marciais que praticava, ele consegue salvar os sobreviventes, reconquistar a tribo e salvar os poucos que sobraram da tribo anterior. Cena engraçada é Batman usando um gadget moderno, o Batclaw, na era paleolítica. Como diria a expressão em inglês, “Savage doesn’t stand a chance”.

005Essa tribo agora não se organiza mais pelo nome de Tribo dos Cervos, mas sim Tribo dos Morcegos. Savage é banido da tribo por sua provocação e humilhação ao homem-deus, e se coloca como uma maldição que seguirá a história, o mal puro, primitivo – e também porque a chegada de um eclipse na tribo é associada a ele. Chega ao final nossa primeira edição. Por favor, guarde na cabeça a informação sobre a passagem do tempo se dando exatamente durante o eclipse. Então, ele aterrisa num lugar com uma espécie de… monstro lovecraftiano presente.
No exato momento em que Batman sai, a Liga da Justiça entra em cena, procurando por vestígios da sua presença. Para isso, eles contam com a ajuda do bioarquivista ou arquivista biorgânico, sobre o qual falarei melhor no fim do texto.

Volume #2 – “Até o Fim dos Tempos” (Idade Média)
(Until the End of Time, roteiro de Grant Morrison e arte de Frazer Irving, julho de 2010.

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02-01Preparado para o segundo volume? Não? É muita coisa pra sua cabeça? Eu sei, também me senti assim escrevendo. Mas vamos continuar mesmo assim.
Uma referência que quem já leu HP Lovecraft, um mestre da literatura de terror, vai pegar logo de primeira: Batman está lutando contra uma criatura que lembra Cthulhu, o terrível monstro criado por Lovecraft, e aparece a expressão “rrn’g’h’lyeh y’th’la’yh’nrgrai phtnalg y’rrech lych’hei”, que lembra o vocabulário lovecraftiano. Não sei se essa expressão em exato consta de algum de seus livros, mas…É bem sinistro. Ainda quero falar mais um pouco sobre Lovecraft aqui, inclusive tem uma HQ de Batman inspirada nele. Caso você não conheça sobre o assunto, vale a pena pesquisar um pouco. É terror que transcende o nível dos sustinhos baratos de cinema (falando assim eu fico parecendo o Basil Karlo criticando a indústria de terror, né), é de dar medo mesmo.
Batman acorda e está sendo cuidado por uma moça que guarda em sua casa os símbolos que Anthro havia desenhado no início da série. O símbolo do Superman e da Mulher-Maravilha. Vamos pensar sobre o assunto. Que tipo de colar algumas das pessoas cristãs usam em seu peito ou penduram em sua parede? Um crucifixo. Que simboliza deus, um culto à divindade que acreditam.
02-02A moça, que carrega uma doninha, promete cuidar de Batman. Muitas moças adorariam cuidar de Batman, mas somente uma delas carrega consigo uma espécime de quadrúpede. Selina Kyle. Também lembra Selina no fato de que ela também perdeu os pais e ficou à mercê da sorte durante anos. Ela faz a referência ao mal que acometeu Bruce: “Um grande deus negro pôs uma maldição em você.”
Agora temos aqui algumas páginas em que buscaremos entender melhor o que está acontecendo aqui. Peço desculpas se houver alguma falha na minha explicação, eu não tenho nenhuma especialização no assunto, mas vá lá. Por favor, se alguém entender mais do assunto e quiser me corrigir, sinta-se à vontade.
02-03Você conhece as três dimensões: altura, largura e profundidade. A quarta dimensão é o tempo. Depois da quarta dimensão já não entendo nada, nem vou tentar explicar. Ok, considere que você esteja vivenciando a quarta dimensão, o tempo. No tempo, você sai do ponto A (seu passado) para chegar ao ponto B (seu futuro), e há uma relação de sucessão nesse movimento – o ponto B acontece DEPOIS do ponto A, e não ao mesmo tempo. Porém, visto “de fora”, esses pontos A e B poderiam estar acontecendo de maneira simultânea. Para quem enxerga assim, o ponto B já está estabelecido; porém, a maneira como se sai do ponto A para chegar ao ponto B ainda não está determinada, podemos seguir uma série de alternativas – o livre-arbítrio. É aí que entra o conceito do Efeito Ômega; uma energia capaz de criar curvas nesta linha que nos leva ao ponto B, o que criaria um caminho sem começo nem fim. E, ao mesmo tempo, paralelamente aos planos temporais, está o cubo temporal; e nesses cubos, estão criaturas com tamanho, largura e dimensões que não podemos imaginar. Por isso Batman apareceu lutando contra aquele monstro absurdamente grande durante sua passagem temporal. O bioarquivista, que aparece falando com os heróis, explica mais ou menos isso aos heróis.

Voltando ao mundo em que o Morcego está, na Idade Média… Encontramos um Pastor revistando a casa de uma senhora que afirma que o marido foi levado pelo demônio. Só que ele acaba culpando a própria senhora pela morte do marido, além de acusá-la de bruxaria, uma prática típica da Idade Média para justificar fenômenos que eles não podiam explicar, ou mesmo de marginalizar outras religiões, como fazem até hoje.
A senhora (que pode até ser uma assassina, mas não é bruxa) é defendida no último instante por um pastor puritano – Bruce Wayne. Ele lembra um grupo mais radical do protestantismo, os anabatistas, que tem uma interpretação mais consciente dos escritos bíblicos e da própria palavra sagrada, uma leitura menos mística e mais lógica (isso é a cara do Batman). Seu nome agora é Mordecai Wayne. Batman ainda não se lembra de seu passado – embora tenha flashes da Batcaverna. Assim como Annie, a moça que o acolheu, ele também está perdido.
02-04Em sua postura como Mordecai, Batman rapidamente conquista a inimizade do Pastor que citei logo acima (que usa o codinome Malleus, Martelo em latim, ocultando seu nome para evitar ser encontrado por bruxos – uma prática comum dos inquisidores). Ele acha que a postura de Mordecai (Batman) de uma interpretação mais racionalizada e menos mística dos eventos que não consegue explicar é uma heresia, uma evidência da falta de fé: “um homem que nega o diabo, também nega a deus!
Algo de que você deve se lembrar: Batman deixa um livro com um homem chamado irmão Martin, um livro no qual estão escritas coisas das quais ele “precisa se lembrar”.
É revelado a forma como Batman chegou especificamente até ali: Na mesma caverna que Anthro usou; na mesma caverna do Povo-Morcego (e que um dia será a Batcaverna) Annie rezou e implorou aos seus próprios deuses que enviassem a Justiça, e também alguém que acabasse com a sua solidão. Assim, Annie atrai Batman para a sua época e momento. Mas também acaba convocando aquele monstro com o qual Batman teve que lidar logo que chegou aqui. Os inquisidores, abusando da força, conseguem acabar com Annie. E onde estava Batman? Lutando contra o monstro – nem deus, nem demônio.
E então, eis que cai um eclipse. Lembre-se que, nessa saga, as passagens temporais são feitas por eclipses. Antes disso, Superman e os outros heróis da Liga da Justiça ficam presos numa bolha temporal e tem que lidar com uma imagem – uma espécie de holograma – de Batman, e descobrimos que, nessa vertigem temporal a que Batman está sendo submetido, se ele conseguir alcançar o século XXI, ele matará todo o mundo. O juízo final.
Outro detalhe: Malleus se chama, na verdade, Nathaniel Wayne. E ele é amaldiçoado por Annie até o fim dos tempos.
Vamos para a próxima edição.

Volume #3 – Os “ossos da Baía Bristol” (Piratas)
(The Bones of Bristol Bay, roteiro de Grant Morrison e arte de Yanick Pasquette. Agosto de 2010)

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03-01Yo ho, yo ho, a pirate’s life for me! Proteja seus tesouros porque agora vamos falar de piratas. Essa edição tem algumas referências sobre piratas que provavelmente passaram despercebidas por mim porque esse não é um estilo que costumo ler muito. Agradeço a quem quiser me acrescentar algo.
A história é narrada por um personagem chamado Jack Valor, no ano de 1734. Quem é ele? Vamos descobrir.
O Barba Negra já apareceu na última página da edição anterior, e agora… Ele acredita que Batman é o seu rival, o Pirata Negro – que todos acreditavam estar morto. Sua memória começa a lhe revelar trechos do que aconteceu a ele, mas ainda assim ele não consegue conectar todos os pontos.
03-02Bom, já que Pirata Negro não é uma lenda, é hora de Barba Negra dar seguimento ao seu plano: ele está à procura de um tesouro do Pirata Negro, que ouviu dizer que estaria na Baía de Gotham. O tesouro do Povo-Morcego, os Miagani. Apesar de sua fama, o capitão Barba Negra evitava derramamentos de sangue desnecessários ou tratamentos cruéis a não ser quando se fazia urgente. Seu verdadeiro nome é Comodoro Thatch (existem várias grafias para seu sobrenome: Thatch, Thach, Thache, Thatche…).
Novamente aparece a futura Batcaverna; lembre-se que Batman é recolocado em lugares em que sua justiça se fará necessária, e que de alguma forma foram significativos para sua história. Ele precisa proteger os Miagani.
Bruce prova sua genialidade ao conseguir deduzir a condição econômica de Jack Valor observando detalhes de sua vestimenta. E alguma espécie de “memória” o faz relembrar de todas as armadilhas que os Miagani deixaram na caverna.
03-03Enquanto isso, na Sala da Justiça, os heróis que sobraram estão deliberando sobre seus próximos movimentos, agora que sabem é uma ameaça se voltar para o século XXI. Eles também já sabem que, de alguma forma, Batman encontrou um meio de se salvar. E é através das pesquisas de Red Robin que eles começam a entrar no encalço de Batman através do tempo.
De volta ao tempo dos piratas. As coisas ficam um pouco quentes por lá e os piratas acabam derrubando Batman de uma queda d’água- o único que sabia como sair da caverna sem ser ferido pelas armadilhas. Finalmente descobrimos a verdade: Jack Valor é o verdadeiro Pirata Negro. Bruce consegue uma capa, com a qual afugenta a tripulação. E conhece a tribo-morcego, os Miagani.
03-04Ao ser recebido pela tribo-morcego, Batman encontra uma imagem de si mesmo, da sua época de Homem-dos-Morcegos sob a qual se ajoelha: esse povo o “esperava” desde o começo dos tempos, para que faça a justiça. Como eu disse ali em cima, Batman sempre é levado aos momentos da história em que sua habilidade de fazer justiça é necessária. Esse momento simbólico o ajuda a recuperar uma parte de sua memória.
03-05Mais um eclipse. Batman já percebeu o padrão de sempre sumir durante os eclipses, e se despede dos Miagani e de Valor. Conforme nos relata em seu diário, Valor segue com sua carreira de Pirata Negro até conhecer uma garota.
Contando com a ajuda de Valor, Batman consegue proteger a história daqueles momentos que viveram. Batman pediu a Valor que arquivasse duas coisas: uma anotação incógnita e uma arma secreta, que é também o tesouro dos Miagani.
Por fim, ouvem-se sinos, cujo simbolismo será explicado na edição #6. Como os sinos do juízo final. O sino do Fim dos Tempos.
E, de quebra, um teaser da próxima edição: Jonah Hex. Velho Oeste. Uma referência engraçada é uma carta do Coringa sendo jogada pelo Jonah. Ele está ameaçado por um atirador mais competente, rápido e mais poderoso que ele. Adivinhe quem é.
Prontos para a próxima edição?

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#79 – Batalha pelo Manto: Especiais

Olá!
Paralelamente à publicação mensal de “Batalha pelo Manto”, foram lançadas 6 one-shots e 2 minisséries contando a repercussão desses eventos no restante do mundo do Morcego – o que aconteceu no asilo Arkham? Como Oráculo reagiu? E o Comissário Gordon? E os heróis que ficaram para tentar proteger Gotham?
Elas foram depois compiladas num encadernado chamado “Battle for the Cowl: Companion”, e é sobre elas que eu venho falar hoje! Boa leitura!
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Oráculo: A Cura
(Oracle: The Cure, roteiro de Kevin VanHook e arte de Julian Lopez, maio-julho de 2009)

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Começamos com a minissérie em 3 edições de “Oráculo, a Cura”. Lindas capas de Guillem March.
Enquanto se estabelece num novo apartamento, Bárbara Gordon está procurando por maiores informações sobre a Equação Anti-Vida. Enquanto isso, ela faz valiosas reflexões sobre sua paralisia e o fato de que, tantos anos depois do crime cometido por Coringa, ela ainda sinta as pernas às vezes.
Ela conta com a ajuda de outra super-hacker apelidada de Demônio de Queijo. Elas encontram uma pista: um homem num jogo virtual parecido com Second Life diz ter o que falta para que o mistério da Equação Anti-Vida seja solucionado. Mas era uma armadilha.
Charles Babbage é o Calculador, e também está atrás da Equação Anti-Vida para acordar sua filha do coma. No jogo ele simula a representação em cristal dos fragmentos que encontra da Equação, antes de criar sua contraparte na vida real. Ele tenciona eliminar sua rival (Bárbara) de seu caminho, e faz isso usando sua amiga para atingi-la – de uma forma que não fica muito clara no arco, parece que as ações feitas ao avatar no jogo também acontecem com quem está controlando, baseado em algum sistema de estrondo sônico. Esse arco é um pouco confuso mesmo.
Fazendo vista grossa para alguns elementos que não se conectam, é interessante observar Oráculo em ação. Ela é realmente muito habilidosa, como nós sabemos. Vê-la em ação é excepcional. O Calculador acaba traçando uma rota até seu outro ajudante, Lary Rand – um rota mortal. E Bárbara Gordon é o próximo alvo. Tudo para encontrar a Cura para sua filha Wendy. Não importa quem morra no caminho.
Para quem gosta de alta tecnologia, esse arco será interessante. A arte peca em alguns momentos, a despeito das incríveis capas. E posso dizer que termina de uma forma um tanto quanto cruel.

Azrael: Cavaleiro das Trevas da Morte
(Azrael: Death’s Dark Knight, roteiro de Fabian Nicienza e arte de Frazer Irving, maio-julho de 2009)

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De antemão o nome na capa diz muito sobre a HQ: Fabian Nicienza, habilidoso roteirista de Asa Noturna e Robin.
Um justiceiro anuncia a um suposto tira à paisana que a justiça de Deus chegou a Gotham – amparada por uma espada de fogo, que é brandida na frente do refém. Ele serve a justiça de Deus. Jeitinho estranho esse de servir a Deus, decepando a cabeça dos outros com uma espada flamejante. Ele está a serviço de um padre, mesmo que para isso precise matar e encher sua alma de pecados. E ele carrega tantos… Como ter ajudado a matar Batman.
Nesse arco conhecemos a história de Henry Mitchell, um policial com um histórico conturbado e que perdeu todos os membros da família de maneira trágica. Um homem fragilizado… Um candidato perfeito. Você se lembrou desse nome? Caso tenha lido “Descanse em Paz”, se lembrará que ele foi um dos três policiais que participaram do programa secreto entre o exército e o DPGC para criar um substituto do Batman. E nesses três policiais o efeito desse treinamento foram devastadores, induziram os três a psicoses. Ele parece ser o único sobrevivente. O candidato perfeito.
Um novo Azrael.
Essas pessoas misteriosas alegam que um objeto chamado Manto das Lamentações foi roubado da bat-caverna. Então repassamos a história de Azrael como a conhecemos: um anjo de vingança da Ordem de São Dumas.
Azrael recebe a ordem de pegar o Manto das Lamentações que havia sido devolvido à bat-caverna. E ele fará isso. Para expurgar seus pecados. Para limpar sua alma para o caminho de Deus.

Comissário Gordon: Um Dia Frio no Inferno
(Battle for the Cowl: Companion – Commissioner Gordon: A Cold Day in Hell, roteiro de Royal McGraw e arte de Tom Mandrake, maio de 2009)

LINE003 Não é a toa que o Comissário Gordon é um dos meus personagens preferidos. Numa análise corrida e superficial, me arriscaria a dizer que ele é uma versão do Morcego com menos poder aquisitivo e militar.
Senhor Frio está mantendo Gordon refém. Como chegamos até aqui? Victor Fries tem essa mania de conseguir o que quer (o que fica fácil quando se tem uma arma congelante à sua disposição). E não obstante manter Gordon refém, Frio ainda faz terror psicológico com ele. Ele também sofreu muitas perdas em sua vida. Sua filha amada perdendo os movimentos das pernas e ficando presa numa cadeira de rodas para sempre, por causa de Coringa. Sua segunda esposa levando um tiro na cabeça, também de Coringa. E como se não bastasse, perdeu seu maior aliado, Batman. Quantas coisas mais ele pode suportar?
Sabendo disso, Frio quer dar uma lição em – um protocolo que vai congelar a cidade inteira. E isso será possível porque o seu maior protetor sumiu. A não ser que alguém com quase tanto poder de fogo quando Batman possa impedir. Alguém que sempre deu o sangue por Gotham. O senso de justiça de uma pessoa que representa o braço incorruptível da polícia da cidade.

Asilo Arkham: O Lugar Onde A Beleza Repousa
(Battle for the Cowl: Companion – Arkham Asylum #1: The Place Where Beauty Lies, roteiro de David Hine e arte de Jeremy Haun)

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Jeremiah Arkham está vendo os destroços do Asilo Arkham, agora reduzidos a um miserável edifício em escombros – o trabalho da sua vida, agora acabado. Ele decide andar pelo lugar para se certificar de que ninguém ficou preso nos entulhos. Ele sempre tratou seus presos com o máximo de humanidade possível.
Mas ele começa a visualizar os presos como se estivessem lá realmente… A loucura das paredes do Asilo Arkham atingiu o seu administrador? Ao longo desses anos, Arkham tem dançado à beira da loucura. Eles começam a acusar Jeremiah, questionando sua capacidade de gerenciar o manicômio.

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