Papercrafts – Batman & Cia

Hoje o post vai ser um pouco diferente. Eu postei na página do Batman Guide no Facebook esses Papercrafts, e como o pessoal gostou bastante, eu trouxe pra cá em melhor resolução.
Papercraft, Paper Toy, (ペパクラ Pepakura em japonês) é uma técnica de recorte e montagem para formar objetos de papel. É parecido com origami – mas no origami as peças podem ser apenas dobradas e encaixadas, e já no Papercraft é necessário recortar e colar as peças, usar fita-adesiva, etc. Existe Papercraft de TUDO – desde aviões e carros até personagens de desenho animado, jogos, livros, quadrinhos, animais, etc.

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A princípio, os materiais que você precisa para o papercraft são simples: régua, tesoura e cola. Mas determinados materiais podem vir a ser necessários em Papercrafts mais elaborados, tais como estiletes, bases de vidro para o corte, pinças, lupas… E, claro, coordenação motora e paciência. Como quase tudo na vida, o Papercraft é uma questão de treino. Os primeiros talvez não saiam legais, mas insista. Eu não sou muito coordenada para recortar, mas resolvo isso tendo o dobro de paciência para montar – e o resultado fica muito bonito!

Em primeiro lugar, você precisa imprimir as imagens abaixo. Um papel sulfite normal vai servir, mas o ideal seria um papel mais grosso. O sulfite comum tem gramatura (“grossura”, digamos assim) entre 75 gr e 90 gr; para o papercraft, o ideal seria um papel com gramatura entre 120g e 180g (não mais que isso, senão você não conseguirá dobras peças pequenas). Você pode encontrar esses papéis em bloquinhos para desenho escolar, ou com algumas marcas específicas. Esses papéis não são difíceis de encontrar e também não são caros, mas caso não dê pra comprar, pode usar sulfite mesmo 🙂 Quando for imprimir, imprima na melhor qualidade possível, afinal são as cores do seu objeto, e quanto mais brilhantes e bonitas, melhor.

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1ArlequinaPara colar, pode ser cola branca mesmo, daquelas escolares, super baratinhas em qualquer papelaria. Existem algumas marcas de colas transparentes, mas isso é opcional. (Tome cuidado para não utilizar cola demais: cola branca em excesso mancha as cores do papel. Tente aplicar a cola usando um palito de dente). Cola bastão não serve. Use uma tesoura também, com ponta e não muito grande, uma escolar serve. Você pode usar a tesoura como estilete, mas é perigoso rasgar seu trabalho, então seria ideal se você pudesse utilizar um estilete não muito grande.
Uma régua vai ajudar a dobrar com mais precisão, e uma pinça (dessas de perfumaria mesmo, R$0,70 centavos no máximo) vai te ajudar a pegar peças pequenas – principalmente se você possui dedos grossos ou gordinhos. Fita adesiva, ou durex, é muito útil.
Para alguns detalhes, seria legal você ter uma caneta velha sem tinta. E, se você quiser um trabalho bem profissional, pode usar verniz acrílico em spray. Lembrando que esses últimos itens são totalmente opcionais.

Bom, acho que é isso… Você precisa ver o Papercraft e analisar onde ele deve ser recortado e colado. No caso das imagens que disponibilizei aqui, elas vem com a anotação da parte do corpo que aquelas peças correspondem: “head”, “left arm” e por aí vai.

Espero que vocês tenham gostado e que se divirtam! As imagens precisam estar impressas em alta resolução para ficarem legais, é só clicar nelas para abrir em melhor qualidade – depois é só salvar, imprimir e montar seus papercrafts!

Encontrei todas as imagens no Google, sem indicação de direitos autorais. Mas caso você tenha uma imagem de sua autoria publicada aqui, por favor deixe um comentário ou me mande um e-mail para que eu dê os devidos créditos!

PaperToy_Batman_[batmanguide.wordpress.com]

Coringa

PaperToy_Bane_[batmanguide.wordpress.com]

 

PaperToy_Arlequina_[batmanguide.wordpress.com]

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#45 – Batman: O Filho do Demônio (‘Trilogia do Demônio’ – 2ª Parte)

Olá!

No post anterior, conhecemos melhor a história de Ra’s Al Ghul, de como perdera a sanidade nos eventos catastróficos da morte de sua esposa e se tornara um tirano sanguinário com a temível habilidade de ressuscitar. Batman não ignora a dimensão dos poderes de seu arquiinimigo, e sabe que tem uma longa luta a travar com ele para evitar que seus planos mais megalomaníacos se concretizem.
Continuando com a saga “Trilogia do Demônio”, essa HQ foi relançada em outubro do ano passado pela Panini. Ela representa um grande marco para a história do Batman, por trazer eventos que foram desconsiderados da cronologia oficial, mas depois retomados pelo sempre polêmico Grant Morrison. É uma obra clássica, e muito importante para entendermos a história do Morcego. Não deixe de ler “O Filho do Demônio!” (Batman: Son of the Demon, roteito de Mike W. Barr e arte de Jerry Bingham, 1987).

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Um terrorista chamado Qaym ameaça a segurança da terra ao tentar obter uma arma com capacidade de alterar as condições climáticas, e começar uma guerra nuclear entre EUA e União Soviética (Essa HQ está inserida na temática da Guerra Fria, bem como “Uma Morte em Família”).
A única solução para enfrentar esse inimigo em comum está numa aliança entre Batman e Ra’s Al Ghul. Ainda que improvável, essa aliança acontece. Mas com uma condição.

RasSabemos que uma das maiores ambições de Ra’s Al Ghul é ver Batman se tornando um de seus aliados. Suas habilidades físicas, seus valores, suas competências como detetive, etc, fazem com que ele considere Bruce Wayne um sucessor à sua altura. E é exatamente essa a condição imposta por Ra’s Al Ghul para que se alie a Batman na caça de Qaym: que ele se case com sua filha Talia e se torne “filho” e herdeiro de Ra’s. À Batman é concedido o controle do exército de Ra’s. (Um ponto interessante a se observar é Batman treinando o exército de Ra’s para o uso de armas não-letais).

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02E após o casamento, a notícia: Talia está grávida. É uma notícia que deixa Bruce extremamente satisfeito, uma fresta de luz em uma vida toda passada em meio às trevas. Por algum tempo, ele chega até a conviver harmonicamente com Ra’s. Ele, o sombrio e taciturno Cavaleiro das Trevas, recebe uma dádiva que retorna à ele o que fora negado no derradeiro momento da morte de seus pais: a inocência e a esperança de felicidade. Viver guiado pelos sentimentos, e não por processos mentais meticulosos; não mais suprimir a fragilidade que existe nele, mas pelo contrário, canalizar as emoções para cuidar da criança com o máximo de amor e proteção possível. Mas como fazer isso ao mesmo tempo em que se é O Cavaleiro das Trevas, o guardião de Gotham?

04 Aquele que arrisca sua vida todas as noites, seja com vilões insanos e psicóticos, ou simplesmente ladrões armados e inescrupulosos? Mais do que ninguém, Batman sabe que uma criança não deve crescer sem os pais. Então naquele instante cogita abandonar sua carreira como justiceiro e ser apenas Bruce Wayne, pai e marido.
Mas Ra’s Al e Talia julgam que isso seria suprimir a personalidade tão nobre e admirável de Batman. Então tomam uma decisão: [Alerta de spoiler! Se deseja ler, posicione seu mouse sobre esse texto].

As habilidades de detetive de Batman são largamente exploradas em “Filho do Demônio”. É impressionante observar os processos mentais desenvolvidos por Batman para a resolução de seus casos.

01Um dos maiores trunfos dessa história foi conseguir “humanizar” Bruce, que é sempre descrito como obssessivo e meticuloso ao ponto de sacrificar certas relações sociais para que seu trabalho como Batman não seja comprometido. Um homem versado em todas as artes marciais, em criminologia, química avançada, estratégia – mas pouco experiente em relações humanas benéficas. O simbolismo de certas passagens dessa HQ é primoroso, as conexões estabelecidas entre eventos do começo do livro – o salvamento de uma grávida – com o trecho final. Temos um Batman ainda mais reflexivo, pensativo sobre o legado que vai deixar para a posteridade, e questionando as escolhas que fez até aqui e que fará desse ponto em diante. Talvez o senso de humanidade e vulnerabilidade de Batman construído em “Filho do Demônio” seja efeito do contraste direto com o imortal Ra’s Al Ghul. De fato, Batman e Ra’s possuem muitos elementos em comum: o treinamento máximo a que elevaram seus corpos, a rigidez e disciplina com a qual visam seus objetivos, o interesse genuíno em transformar a sociedade (claro que com diferentes fins). Batman sempre se recusou a se aliar a Ra’s, mas nesse momento em que ambos travam uma breve paz é possível perceber que seriam aliados perfeitos se os objetivos não fossem tão conflitantes.

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05Entretanto… Há um problema com essa HQ. Muitos leitores e críticos consideram que ela descaracteriza o personagem do Morcego. De fato, quem vem acompanhando minhas postagens aqui no Batman Guide já conseguiu perceber como Batman é meticuloso, obsessivo, como é comprometido com seus ideais e não se deixa convencer.

06Então, é muito estranho que aceite essa aliança com Ra’s Al Ghul, cujos métodos ele odeia e que sempre tentou combater. E também que tenha aceitado casar-se com Talia, sendo que Bruce sempre hesitou em começar qualquer tipo de envolvimento amoroso – para, novamente, não comprometer sua atuação como Cavaleiro das Trevas. Nesse momento decisivo de sua vida, podemos observar que esse tempo todo em que Bruce tem sido Batman a única coisa que obscurece seu senso de justiça igualitária e o faz perder a imparcialidade é a questão “família”. Talvez a única coisa que o faria deixar de ser Batman. Talvez essa seja uma justificativa plausível para seu comportamento parcial em “Filho do Demônio”.

07Por essas reflexões, já dá pra perceber que é uma obra complexa, e por isso mesmo indispensável em sua leitura. Trata do aspecto que foi crucial para o surgimento do Homem-Morcego, e que ele nunca resolveu completamente. E que talvez nunca resolva.
Assim como “O Nascimento do Demônio”, o teor literário dessa obra é evidente, tornando-a quase um conto. Os traços são realistas, combinados com cores belamente escolhidas. É um trabalho fantástico e que, repito, é indispensável para sua leitura.

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Divirta-se!

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#44 – Batman: O Nascimento do Demônio (‘Trilogia do Demônio’ – 1ª Parte)

A maior e última inimiga da raça humana. A delinquente sem piedade que sempre está espreitando as proximidades, pronta para levar todos que nós amamos. A zombadora de todos os nossos sonhos, esperanças, aspirações, nossa cruel mestra. Morte. Como eu odeio a morte.

Olá!
Hoje vamos ter no Batman Guide uma HQ que, particularmente, me deixa muito impressionada. Ela traz a história do nascimento de um mito: o vilão Ra’s Al Ghul. Ele é um dos vilões mais perversos de Batman. Vale lembrar que essa é a primeira parte de uma trilogia sobre as relações estabelecidas entre Batman e Ra’s Al Ghul. Mas primeiro vamos saber como aconteceu “O Nascimento do Demônio” (Batman: Birth of the Demon, roteiro de Dennis O’Neil e arte de Norm Breyfogle, dezembro de 1992)!

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A HQ começa com a intervenção de Batman em um cenário deserto. Ele detém o que seria a escavação de um poço. Em seguida, vemos um médico dando um prognóstico extremamente ruim à Talia, dizendo que a saúde de seu pai pioraria progressivamente se ele não recebesse um banho regenerativo – um banho no poço que Batman impedira de ser escavado.
06 Bruce descobre que um desses poços, que garante a longevidade se seu inimigo, está no norte da África, e se dirige para lá para impedir que o poço seja construído, como fizera por tantas outras vezes. Por que tanto esforço, por que a regeneração de Ra’s Al Ghul causa tanto temor a Bruce Wayne?
Ra’s tem um plano. Ele quer simplesmente destruir metade da humanidade – e dominar a outra metade num governo tirânico, de maneira cruel e impiedosa. E quando Batman encontra Talia, a história desse vilão é contada. E, aliás, esse é um detalhe que deixa a HQ muito mais bonita: seu tom de história antiga, de conto das 1001 noites. O conto começa dessa maneira:

Este é um tempo de loucura. É um tempo de misturar coisas que deveriam para sempre permanecer separadas. Pois ao meio-dia a luz morreu e a escuridão reivindicou o oásis, e agora o céu ralha e se divide, e irregulares lâminas de luz cortam a terra abaixo, e o próprio deserto se ergue e cavalga o vento gritante derrubando qualquer coisa em seu caminho. Assim o dia assume a aparência da noite. A água e a areia aliam-se.
Agora, veja. Do turbilhão de insanidade de um mundo em tormenta vem um homem. É um eremita, que durante estes últimos quarenta anos tem vivido sozinho em um lugar sem misericórdia.
Alguns dizem que ele é um profeta. Alguns dizem que ele é um demônio. Todos dizem que ele há muito tempo abandonou aquilo que faz de uma criatura um ser humano.

04-1O passado de Ra’s Al Ghul esconde um cientista com habilidades para a medicina (lembra um pouco Thomas Wayne, não?). A época era a das Cruzadas. Um dos filhos do Sultão estava à beira da morte, e então Ra’s tem um sonho em que, ao mergulhar-se em um lago conectado diretamente com a terra, ele consegue vencer a maior inimiga de todas: a morte. Então, utilizando-se de dosagens específicas de aços, venenos e a energia mística que sentia da terra – elementos que, combinados, transformam-se em agentes de cura – ele cria o tal poço. O Poço de Lázaro. E lá o filho do Sultão é mergulhado. Mas a criatura que surgiu do poço… Não era normal, não era natural.

Criatura

05Era uma criatura doente, violenta, e matou a esposa de Ra’s. O Sultão, temendo que seu filho fosse incriminado pela morte da mulher, acusou o próprio Ra’s de ter matado sua esposa.
A punição dada ao médico foi mantê-lo por um mês numa gaiola com a mulher morta, junto a outros presos num buraco cavado no meio do deserto. Esse foi o derradeiro dos acontecimentos que transformou a mente do vilão, deturpando-a. Ra’s se alia a caravana de seu tio para planejar sua sórdida vingança. Mas depois de sua vingança, ele se sente tão vazio e doente, como se sua maior inimiga se aproximasse. E decide, ele próprio, mergulhar no Poço. Proclama-se O Cabeça do Demônio. E parte em viagem pelo mundo, transformando-se em estadista, mercador e fazendeiro – e recorrendo sempre ao Poço de Lázaro quando sua energia vital ameaçava abandoná-lo.

07Ele e Bruce tem conexões parecidas: perderam parte da família, sentindo-se como se tivessem perdido tudo que importava. Mas enquanto Bruce procurou se focar nas boas lembranças que tinha e no que havia aprendido de importante, Ra’s se focou em suprimir as boas memórias e dar vazão à sua fúria. Ele é um homem que está “vivo” há séculos. Como Batman pode lidar com um inimigo imortal? Ele é uma ameaça constante, inabalável, perto de ser indestrutível. A criação do próprio personagem se centra na morte; como enfrentar algo imortal? Batman precisa abrir uma exceção à sua regra de “não matar”.

08Batman quer destruir o acesso de Ra’s Al Ghul ao Poço de Lázaro, impedir que ele fique nessa transição de morte-ressurreição e possa dar lugar ao curso da natureza. Então Batman e Ra’s travam uma batalha em que um dos dois tem que morrer. Ou os dois. As cenas da batalha final entre os dois é de tirar o fôlego.

É necessário prestar atenção na forma como Batman e Talia se tratam, isso será importante em breve.

É importante destacar também a arte dessa HQ. É uma das mais belas que já vi, com o uso abundante de cores quentes em contraste com as frias. As ilustrações são de uma riqueza que poucas vezes pude observar. Os closes nos rostos transparentes da emoção que o personagem está sentindo, os momentos de fúria ou de dor evidenciados para o leitor. Enfim, é quase literatura em quadrinhos.

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É isso. Espero que tenham gostado do texto! Boa leitura!

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#43 – Batman: Mais Sombrio que a Morte

Aproveitando a onda que peguei no último texto que fiz (Batman: Ankh), vou pegar outra história que saiu na “Batman Extra” aqui do Brasil, na número 3 para ser mais específico. Chama-se “Mais Sombrio que a Morte”, que miraculosamente saiu numa tradução fiel do original, que se chama “Darker than Death”.

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Já dando uma prévia da obra total, tanto o roteiro quanto o desenho são ótimos. Não há necessidade de defender nenhum dos dois dizendo “a arte é diferente mas combina com a temática”, a arte é visivelmente boa, posso estar exagerando mas tem algo que faz lembrar Alex Ross, e o roteiro faz jus a arte que tem.
Não julgue o roteiro pelas primeiras páginas. O Bruce Jones foi um tanto “específico” ao citar músicas e cantores americanos fazendo referencia às cidades do país. Uma vez que estava falando pelo Bruce Wayne, fez parecer que o Batman é um fã assíduo de música, coisa que não me recordo de ter sido citado antes, e que se formos parar pra pensar… Não daria tempo. Mas em todo caso, as coisas melhoram após o primeiro papo com o Alfred na mansão.04 (2)
A arte está impecável desde o início. Como eu disse, carrega algo de Alex Ross, bastante realista, e o realismo também vai ao cinto de utilidades, que tem compartimentos grandes que cabem mais do uma caixa de tic-tac, como de costume, detalhe este que você também pode ver em traços do Bermejo e de alguns outros desenhistas que se preocupam um mínimo com a lógica de que o cinto de utilidades tem mais finalidades do que segurar as calças.

04A história começa com uma visão das ruas, com a “filosofada musical” que citei acima, mas a coisa só realmente engrena depois disso. A cidade está sob um blackout, e a história começa com um convite para um casamento. Bruce vai socialmente sob sugestão (leia-se: quase que obrigado) do Alfred. O casamento ia acontecer na mansão de outro ricasso das adjacências, mesmo durante o blackout. Chegando ao local, apresenta-se o dono da mansão, um tal de Billingsworth, e em seguida seu filho (que é o noivo do tal casamento), dizendo que a noiva sumiu. Quem a encontra? Claro, o Bruce. Mas não a encontrou sozinha. Lá estava sua irmã, que, como o próprio Bruce se referiu, é praticamente uma ninfa.

A mulher chama-se Lilith e é mais atirada que as teias do Homem Aranha, e conseguiu segurar o Morcego. Digamos que ele perdeu o casamento por uma boa causa – ficou bem ocupado… Mas o pobre bilionário (dá pra ser isso?) não teve a noite inteira de descanso, logo foi avisado de que a tal noiva do casamento (que ele viu umas horas antes) ainda não tinha aparecido para a cerimônia.

05 (2)Mas ao que deu-se a entender, o Bruce gostou MESMO da tal mulher, tornou-se super-protetor em… HORAS. Talvez você argumentaria dizendo “Ele é o Batman, ele iria proteger qualquer pessoa em perigo”, é, mas não a ponto de ficar ansioso e sentir que levou anos pra percorrer umas poucas quadras, sendo que a velocidade dele é absurda pra essas coisas. Mais uma faceta interessante de Bruce Wayne. O Morcego apaixonado.

08Contato dele com o Pinguim foi magnífico, muitas milhas aéreas ganhas pro Bruce Jones por isso. Foi interessante o Batman perguntar como o Iceberg tinha energia durante um blackout que toda Gotham apagou, e o Pinguim retrucar dizendo (corretamente) que apostava que o “bat-poleiro” também devia estar iluminado, onde quer que fosse. O final da confusão com o abajur caríssimo da Tiffany’s que o Pinguim tanto quis proteger de ser quebrado… No mínimo cômico, e muito inteligente. Batman entrou nessa história com um senso de humor bastante afiado por trolls.
09Entre interrogatórios, invasões, brigas e uns banhos de gordura… Batman se vê de volta na mansão do Billingworth, dessa vez fardado de morcego, sem festa, descobrindo alguns lugares a ir.

Depois das pancadas certas e acordos certos… O mistério começa a desabar em velocidade mach, é descoberto que a tal Lilith é mais errada do que uma simples ninfa das águas, ela não é irmã da noiva sumida, ela é MÃE da desaparecida. Lilith fora casada com um ricasso que ao morrer, deixou toda herança presa à filha. E o corpo que Bruce encontrou morto, dona dos dedos cortados durante toda história, é filha do mordomo dos Billingworth, que estava grávida do filho do Billingworth, que é o tal noivo que iria casar com a anoiva desaparecida (que não era a mãe de seu futuro filho).

05Uma confusão do baralho, apesar da trama ser relativamente manjada, foi bem feita e bem usada, já está melhor que os roteiros sem pé nem cabeça do Grant Morrisson, que no máximo deveria ter permissão pra escrever as histórias do Zé Carioca como “Morcego Verde”.

Por fim, Gordon ainda encontra o carro do Bruce com cabelos suspeitos dentro e vai falar com o próprio, e vemos um caso onde Bruce tenta uma “oferta” (leia como “pedido para continuar fazendo vista grossa”) em cima do Gordon, oferta essa que consiste em apresentar todos os sequestradores e de quebra inocentar o filho do Billingworth, tudo em uma só noite. Gordon foi hiper direto:

Bruce: É minha oferta. O que diz sua intuição agora?
Gordon: Ela me diz que em Gotham inteira só existe um homem capaz disso…. e você tem até o amanhecer para entrarem contato com ele.

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06No fim das contas, descobrem o corpo da empregada grávida morta nas águas, Batman descobre através de registros de ligações feitas por satélite a posição de uma cabana do Billingworth, e descobre o próprio ricasso Billingworth com a noiva sequestrada. O Morcego então fica então sabendo do passado sem vergonha de Lilith, junta os pontinhos, descobre qual foi o plano inicial, e vê que “Bruce Wayne” foi escolhido só por ser o ricasso mais próximo. Levou uma volta, e de quebra Lilith ainda juntou os pontinhos dela do lado de lá e descobriu a identidade secreta do Batman.

Tudo perdido? Não, ocorre um lance meio… Sinistro. Lilith já longe viajando de carro com o dinheiro do Wayne recebe uma ligação do próprio Bruce… [Alerta de spoiler! Se deseja ler, posicione seu mouse sobre esse texto].

14Coisa semelhante acontecem com certa frequência nas histórias do Batman, isso tirando a história em que o Alfred foi até um sujeito que queria negociar as evidências de que Bruce Wayne era o Batman, e no fim da história tudo indica que o Alfred o matou. Como sabem, o mordomo era espião sinistro quando mais novo.

Mas voltando ao Darker than Death… Esse desenhista argentino (Ariel Olivetti) já é velho no mercado, desde os anos 90 já desenha material pra DC e Marvel, quase que na mesma proporção pra ambos lados. X-men, Demolidor, Cable, Homem de Ferro, Hulk, Justiceiro, Namor, Thor… e pela DC bastante coisa da Liga da Justiça e algumas peças do Superman.

Ressalto essa descrição do Iceberg que o Pinguim fez: “Aqui é o clube Iceberg. É aqui que sofisticação e decadência convergem. É aqui que sexo e escravidão são a mesma coisa”.

13E para terminar, deixo uma frase do Batman, uma frase muito verdadeira:

“O lado engraçado das juras… Principalmente as feitas a si mesmo… É que elas podem se diluir por influência da presença de outrem. Mesmo quando essa presença está apenas dentro de você… Dando todo um novo rosto à noite mais escura”.

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#42 – A Queda do Morcego

Olá, queridos!

Decidi começar o ano aqui no Batman Guide da melhor forma possível. Essa saga foi a que os leitores mais pediram aqui no blog, Facebook, por e-mail. Eu pretendia postar algumas coisas antes, mas pensei que talvez demoraria um pouco, daí antecipei o post! 🙂

A primeira coisa que eu vou ter que pedir a vocês é um pouco de paciência. O que a saga “A Queda do Morcego” tem de famosa, tem de extensa. Durante todo o dia de ontem eu fiquei organizando os arquivos e uplodeando numa sequência que não os confundisse – ela é composta por muitas HQs que, se lidas fora de ordem, podem te complicar totalmente. Acredito que cheguei em um resultado bem agradável para a compreensão de todos. E também disponibilizei toda a saga em um único link, pra quem quer ler de uma vez!

Outra coisa que eu preciso pedir para vocês é que me avisem se algo ficar faltando na minha resenha. Como eu disse no primeiro post do Batman Guide, eu não sou especialista nos quadrinhos do Batman, sou só uma fã que gosta de pesquisar. Não estou livre de erros! Então conto com vocês para me avisarem sobre qualquer problema que tiverem no post, ok? Obrigada!

E agora chega de conversa e vamos logo pra parte principal! Boa leitura e espero que vocês gostem, deu um bom trabalho pra fazer e escrevi com bastante cuidado! Divirtam-se!

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“A Queda do Morcego” foi lançada em 1993. Ela contou com autores consagrados como Dennis O’Neil , Chuck Dixon, Alan Grant e Doug Moench. O ponto principal que você precisa saber é que nela você vai encontrar o homem que quebrou o Batman. Ele o quebrou o Morcego de uma forma que nenhum dos outros vilões conseguira fazer, mesmo contando com tecnologia, violência, inteligência, influência ou simplesmente insanidade mesmo.

A introdução dessa saga começa com a apresentação de dois personagens que serão vitais nessa saga. O primeiro deles é Jean-Paul Valley – ou Azrael. Jean foi um bebê de proveta, cujos genes foram alterados e combinados com genes animais para potencializar suas habilidades de lutador. Ele descobre que está sendo treinado por uma ordem religiosa secreta para se tornar um assassino. (Azrael aparece, inclusive, em “Batman – Arkham City”, durante uma das missões paralelas do jogo. Clique aqui para assistir sua aparição). Batman descobre sobre essa ordem secreta, que se chama Ordem de São Dumas, com a ajuda de Oráculo, e vai até o local onde Jean-Paul está descobrindo sobre sua missão futura, causando um acidente.

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O outro personagem essencial nessa história é Bane. Eu já falei sobre ele nesse post. (Mas, nesse caso, peço que você leia a resenha somente da “Vingança de Bane I”, que se passa antes dos acontecimentos que se desenrolam n’”A Queda do Morcego”).

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02Bom, como você já leu, Bane estava obcecado em derrotar Batman. Mas ele não subestimou seu adversário, e sabia que não derrotaria o vigilante de Gotham sem uma estratégia firmemente traçada. E Bane, ao contrário do que foi mostrado na primeira adaptação para o cinema, é um homem muito inteligente. Então ele começa a se aliar aos super-vilões de Gotham – chega até mesmo a injetar a droga Veneno no Charada, tornando possível que um vilão cujo principal ponto não é a força enfrente o Morcego.

03Nós sabemos que a força policial de Gotham tem muitas falhas, mas seu contingente começa a sumir cada vez mais das ruas. Mais trabalho para Batman, que precisará lidar com tudo apenas com o auxílio de Tim Drake (mas que, como devemos lembrar, tinha a atuação limitada). Bruce Wayne nunca foi o exemplo de alguém que cuidava devidamente da saúde. Já vimos em várias HQs, aqui mesmo no Batman Guide, a menção às suas inúmeras escoriações e contusões por todo o corpo, o comprometimento das cartilagens e ossos de todo o seu corpo, já vimos Alfred relembrando seu patrão de que ele não dormia há pelo menos 30 horas… Mas nesse momento específico, o estado de Batman vai piorando em níveis críticos. Sua saúde física nunca estivera tão deteriorada.

04Percebendo que poderia ter que vir a deixar seu posto em breve, Batman pede a Robin que treine Jean-Paul Valley para se tornar um auxiliar.  Enquanto isso, Bane vai agindo e se aliando aos vilões, até que, num momento crucial, ele destrói as paredes do Asilo Arkham e liberando todos aqueles que odeiam o Morcego (com explosivos militares que conseguira).  Como se já não bastassem os criminosos comuns que assolam o submundo de Gotham, agora os criminosos mentalmente instáveis estão soltos por aí. O comprometimento da sua forma física e mental faz com que ele comece a falhar em suas missões. Ele falha ao capturar o vilão Máscara Negra. Ele apanha do Charada. Ele quase se afoga (sim, o Batman!). Ele está nos limites, estressado, degenerado, tendendo à depressão – e ainda assim luta por 3 meses para garantir que os internos retornem ao Asilo Arkham. Tudo isso faz parte do plano de Bane para quebrar o Morcego.

05Uma noite, o prefeito Krol é sequestrado por Coringa e o Espantalho, e ao resgatá-lo Batman chega, finalmente, aos limites da sua exaustão. O Espantalho, como era de se esperar, utiliza seu gás do medo para dar um golpe psicológico duríssimo em Batman – ele retorna ao momento da morte de Jason Todd, um evento do qual ele nunca se recuperou totalmente. Depois desses eventos caóticos, Batman chega na Mansão Wayne e Bane está lá.

Sim, Bane conseguira descobrir sua verdadeira identidade. Batman entra em confronto com ele, mas ele estava nos limites de sua vulnerabilidade, e é subjugado e derrotado por Bane. Mas ele não quer matá-lo, isso seria simples demais, rápido demais. Ele quer humilhá-lo. Quebrá-lo. Acompanhe essa sequência.

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Bane_II

07E desse modo triste e impactante, o Homem-Morcego, o grande Cruzado Encapuzado, o Vigilante de Gotham, encontra-se encarceirado em uma cadeira de rodas, paraplégico, derrotado. Mas sua mente continua trabalhando. Ele vai procurar a doutora Shondra Kinsolving para começar sua reabilitação. Mas não poderia deixar Gotham sozinha – e por isso decide colocar Jean-Paul Valley em seu lugar, como Batman. Questionado por Tim Drake sobre os motivos pelos quais Dick Grayson (Asa Noturna) não é convocado para assumir o manto de Batman, ele responde que esse já tinha suas próprias incumbências, e que mais um papel só traria mais problemas a ele. Então, Jean-Paul Valley assume o papel de Batman. Mas algo dá errado com ele. Desde a época em que estava sendo treinado, Jean-Paul demonstra prazer em usar excessivamente a violência. Ele parecia não ter amarras no que diz respeito a matar os inimigos, ou de pelo menos fazê-los sofrer o máximo possível. E é assim quando assume o manto de Batman. Ele demonstra ser um homem mentalmente instável, de métodos obscuros e questionáveis, que de forma alguma são adequados ao papel de Batman.

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Galeria de Imagens – Batman Guide

Oi!
Feliz Ano-Novo! Como foram as festas de vocês? Espero que tenham sido dias muito agradáveis!

Como vocês devem saber, o Batman Guide tem uma página no Facebook em que eu posto as atualizações do blog e também várias imagens interessantes que encontro pela internet. Mas como nem todos tem Facebook, decidi passar todas para cá!

(Mas caso você tenha Facebook e ainda não tenha curtido a página, corre lá!)

Vale lembrar que eu encontrei todas as imagens no Google, como divulgação/sem indicação de direitos autorais. Mas caso você tenha uma imagem de sua autoria publicada aqui, por favor deixe um comentário ou me mande um e-mail para que eu dê os devidos créditos!

Basta clicar na imagem para vê-la em tamanho maior.
Até o próximo post!

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