“O morcego que eles iluminam no céu… Civis pensam que é um pedido de ajuda. Os caras maus pensam que aquilo é um aviso. Mas é mais do que isso, é algo maior. É um chamado pro exército. Eu encontrei meu jeito de servir. Eu finalmente encontrei meu jeito de servir.”
Nana nana nana nana Bat… woman? Olá, pessoas que gostariam de ser cidadãos de Gotham (ou não). Esse aqui não é sobre o Batman ou algum de seus bat-filhotes. Esse post é sobre a saga “Elegy” da Batwoman, que foi publicada na Detective Comics americana ANTES do reboot.
Muita gente acha que a Batwoman apareceu só após o reboot, mas antes disso ela deu seus pitacos no universo morcego ajudando o Dick e Damian (na época como Batman e Robin) a tentar ressuscitar o “finado” Bruce, e como eu disse, também tinha o lançamento dentro da Detective Comics.
Quem prestar atenção em que revistas estou citando, histórias e época, claro que perceberá que estou falando da NOVA Batwoman. A primeira Batwoman foi da época do onça, usava um maiozão amarelo e uma máscara que fazia lembrar a do Wolverine. O nome era praticamente o mesmo, a temática que era diferente. Até porque, se tivessemos uma Batwoman lésbica naquela época a DC teria ido a falência, isso se nao fosse fechada pela censura.
Bom, vamos a Batwoman que importa, Katherine “Kate” Kane.
Essa história conta com roteiro do Greg Rucka, nome que já é familiar como componente de diversos arcos importantíssimos das demais histórias do Batman, como por exemplo “Terra de Ninguém” e “Assassino? / Fugitivo”.
Na arte temos J. H. Williams III. Não conheci os dois antecessores, mas em todo caso esse ai já é suficiente. E isso deve ser opinião de mais gente, pois até hoje o homem é o desenhista da série. Isso não é tão “simples” quanto parece. Se for comparar com os demais títulos da DC, vão ver que aproximadamente a cada 1 ano (isso se tivermos sorte de durar tanto) mudam a equipe das histórias, e geralmente é sempre o desenhista.
Por exemplo o Tony Daniel. Desenhava a série mensal do Batman, passou pra Detective Comics após o reboot, e após alguns números saiu dos títulos do morcego e está na Action Comics do Superman. A série “The Dark Knight” começou sendo desenhada pelo David Finch e após uns 15 números é do Ethan Van Sciver. As da Batgirl começaram com Ardian Syaf, depois Ed Benes, Alitha Martinez e Daniel Sampere. E o titulo da Batwoman, antes do reboot (saga Elegy) e pós-reboot (até o momento 3 sagas), teve J. H. Williams III na arte e/ou nos roteiros.
Há um detalhe interessante na arte desse cidadão. Quando é pra desenhar Kate sem o uniforme… Ele desenha se uma forma até simplista demais, uma rockabilly pálida, porém quando a desenha com o uniforme de Batwoman, parece que brota uma imponência do além e o desenho fica com cara de obra de arte. Como é de se deduzir, o uniforme dela tem aparência de latex, aquele tecido liso, preto e brilhoso, e você quase pode imaginar a textura ao olhar para os traços.
Se você não conhecer a história e primeiro ver a Batwoman antes de ver a Kate, vai imaginar que aquela cabeleira vermelha é dela e que a pele branca é maquiagem… Mas é o contrário, o cabelo que é peruca e a tonalidade da pele que é real. O cabelo natural dela também é vermelho, mas é curto e com franjinha. Sinceramente, a aparencia da Kate não me agrada muito, escolho eternamente a aparencia da Bárbara, mas a aparência de Batwoman, como eu disse, é imponente.
Outro detalhe sobre ele é a maneira única de arrumar os quadros das histórias. Para marinheiro de primeira viagem é MUITO fácil se perder ou acabar deixando algo passar. Às vezes parece que os quadros tem o cenário de dentro E papel de parede pros próprios quadros por fora. Tem quadros formando morcegos, quadros acompanhando ondulações, quadros divididos em vários pedaços como se fosse um espelho quebrado… Como eu disse, às vezes atrapalha, mas não posso dizer que não é original e bem feito.
A saga Elegy ao mesmo tempo que mostra um caso “atual” também muito do passado de Kate Kane. Ela testando o uniforme pela primeira vez, o primeiro encontro com o Batman, coisas da infância e adolescência, um prato cheio pra quem quer conhecer melhor a personagem.
Quanto ao roteiro de Greg Rucka… Lá vamos nós, darei uma narrativa da história.
Começamos com Batwoman em algum dos lendários cantões obscuros de Gotham, tentando um interrogatório. Quando vemos o Batman fazendo isso, é algo “Eu te quebro ou eu te quebro, decide o nível da minha raiva”. Quando é o Asa Noturna, é algo com piadinhas que envolvem a saúde do criminoso, Batgirl interrogando é meio “inocente demais” até…Mas Batwoman… O interrogatório dela é meio doente, em meio a sorrisos, coisas ameaçadoras como pé na garganta e de repente um carinho acolhedor meio maníaco tipo “PASSE A LOÇÃO!” do Silêncio dos Inocentes.
O besta passa as informações, Batwoman sobe aos telhados como boa morcega que é, e lá topa com quem? Seu muso-inspirador, o morcego-mor, Batman. Ele que dentre todos os 70 estilos de luta e mestrado em todos os setores de humanas e exatas que tem nesse planeta não aprendeu muito a conduzir uma conversa de forma simpática, já se lançou ao que interessava. Crime. Alguma mulher era a nova chefe, eles tinham que chegar lá. Batman deixou a responsabilidade para ela em um gesto de confiança, mas deixou um aviso. “Dê um jeito no seu cabelo. Um puxão e a luta está acabada”.
Após isso a heroína volta pra sua casa, que não é a mansão Wayne mas também não é o apartamento do Peter Parker. Toma um banho, e tenta dormir. O dia seguinte (que na verdade ainda é o dia em que ele tentou ir dormir) inevitávelmente chega, ela se atrasa pro encontro com Anne, sua namorada (século XXI, uhul), que fica nervosa pelo atraso, diz que pela cara dela nem teve um “acordar atrasada” e que na verdade ela nem deve ter dormido.
Rola uma discussão (monólogo de Anne) dizendo que Kate é mimada, tem todo mundo como garantido, que ainda precisa crescer e blablabla… Confusões de gente que tem identidade secreta de vigilante pelas noites de Gotham. Vida de cão, hein?
Quadros seguintes temos Kate em casa com seu pai que, cá entre nós, é um baita esquisito, e até o momento aparenta ser um militar de patente relativamente alta, mas enfim, Kate começa a malhar levantando ferro pra valer, negócio não é um saco de cimento nem um alteres padrão, o negócio é barra pesada mesmo, pelo que vi no desenho, se não me enganei, são 50kg de cada lado. Somado é mais do que meu peso. Não que eu entenda de o que é peso padrão e o que não, well, deixa pra lá.
Papai Kane fica preocupado com sua filhota, então os roteiros nos mostram que Kate há algum tempo foi esfaqueada no coração, que quase morreu, que ficou apavorada e etc, e entendemos mais uma parcela do que a faz sair de noite vestida de Morcego.
Podemos ver que o coronel é o Alfred da Kate. Não tão eficiente, mas ainda assim o papel é semelhante. Não demora muito e vemos uma cena que não se passaria na terra dos Wayne… O papai dá uma arma carregada pra Kate se defender, ela aceita e diz que sabe como usar e etc. Dá um leve choque, aposto que ninguém está acostumado a morcegos com armas (esquecendo o Jason, por um instante).
Lembram das organizações loucas de quadros que falei? Temos um ótimo exemplo agora. Uma página dupla com várias tirinhas retangulares na vertical, uma em paralelo a outra, e embaixo um quadro que tem formato de morcego, e fora dos quadros também há coisas se puderem notar. Não dá pra se perder, é bonito, bem feito e original. A seguir outra página dupla, Batwoman dando um chute duplo no ar, coisa de Asa Noturna, mas o chute dele teria mais elasticidade, seria algo mais “Van Damme” no Dragão Branco, mas vá, nenhum de nós daria um chute desses.
Ela começa o interrogatório no local, e acaba descobrindo que o que ela queria estava exatamente ali. Uma branquela igual a ela, só que mais louca e com um batom estilo Rainha Amigdala do Star Wars. O nome dela é Alice, ou pelo menos é assim que ela se auto-denomina, pois ela parece achar que É a Alice do País das Maravilhas. Batwoman nem entra direito na conversa e aponta a pistola pra cara da moça.