ENTENDENDO: Crise Infinita

Normalmente chamamos de “Crise” um período ruim de nossas vida. Na DC não é diferente. By the way, a obra se chama “Crise Infinita”. A saga monstro foi lançada de 2005 à 2006, e saiu toda da cabeça do Geoff Johns. Impossível um leitor da DC não conhecer o cara, ele tem uma carreira longuíssima, tendo sido roteirista por séculos nas histórias do Flash, da Sociedade da Justiça, Jovens Titãs, Lanterna Verde e alguns outros. Talvez seja esse background com tanto conhecimento a fundo de tantos heróis que o permita criar sagas como essa, e como a “Noite Mais Densa” (uma saga alguns anos a frente essa).

Explicar isso não é como explicar o evento “Terra de Ninguém”, onde o cenário é apenas Gotham, e os personagens são os mesmos que aparecem quase sempre. A Crise Infinita mexe não só com UMA cidade, nem só com UM planeta, nem só com UM universo. São vários universos, cada um com seus personagens, cada um do seu jeito, e fora isso mistura personagens de praticamente todas as séries da DC, tanto Lanterna Verde quanto Mulher Maravilha, Superman, e diversos outros, dentre eles o Batman, claro.
Então infelizmente não poderei lhes fazer O SENHOR DOS TEXTOS explicando perfeitamente todos os detalhes da Crise Infinita, nem tudo que se passa com cada personagem, nem entrar com uma biografia autografada de cada herói/vilão que dá as caras na trama. A intenção do texto é fazer um mega-resumo da Crise Infinita e dizer como isso afetou o “mundo morcego”.

Nota: não confundir com “A Crise nas Infinitas Terras“.

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A Crise Infinita foi a penúltima das crises da DC (até agora), a última foi a “Crise Final”, cujo o nome sugere ter sido a última, e assim eu espero. Tentarei me ater a falar apenas da Crise Infinita, que já é confusa demais por si só.
A história consiste em Superman da Earth 2 (Kal-L), Superman da Earth-Prime (posteriormente conhecido como Superboy Prime), Luthor Jr. da Earth 3 e Lois Lane Kent da Earth 2.
Pra quem não sabe, Earth 2, Earth 3, Earth-Prime e locais do gênero são outros planetas Terra, de universos diferentes. A teoria do multiverso (até apresentada no filme “The One” do Jet Li) é de que existem vários universos, e cada universo é uma cópia aproximada do outro, com os mesmos lugares e mesmas pessoas, só que com histórias diferentes, exercendo papéis diferentes e etc. É como fazer vários filmes com o mesmo elenco e o mesmo cenário, só que com roteiro diferente.
Essa história não é uma saga em especial das revistas do Batman, na verdade você sequer perceberia que o morcego entrou no roteiro da tal Crise se apenas lesse a série mensal do morcego. Saberia que ela sofreu alguma mudança aqui ou ali, mas só.
Essa saga foi pro papel de 2005 à 2006, começando pouco depois da época do retorno do Jason Todd (o segundo Robin, morto pelo Coringa na saga “Uma Morte em Família” nos anos 80), retorno esse arquitetado pelo roteirista Judd Winick (que só voltará a dar as caras em um roteiro de Batman por alguns números após a Crise Final e na série da Mulher Gato após o reboot).

L-001 (2)L-001 (13)Antes da “Crise Infinita” em si rolou a “Countdown to Infinite Crises“, algo como “Contagem Regressiva para a Crise Infinta“. Nessa “contagem regressiva”, temos participação direta do grupo Checkmate, liderado por Max Lord, grupo este do qual a Sasha Bordeaux (das sagas “Assassino?/Fugitivo“) faz parte.

Max Lord não é bem um “sujeito legal”, mas pelo menos não encontramos ele fazendo quadradinho de 8 no Youtube. O cara é o responsável por colocar um monte de OMACs pra perseguir super heróis pelo mundo inteiro. OMAC pra quem não sabe é abreviação de “Omni Mind And Community”, são robôs com as habilidades de superheróis, tipo visão de calor do Superman e etc.
Acham que um sujeito assim fica simplesmente circulando por aí e pondo robôs assassinos atrás dos heróis? Não é moleza assim. Por fatores x e y que são complexos, a Mulher Maravilha mata o cidadão. É, o voto de não-matar rodou.
Ainda nessa parte da história, surge a Sociedade Secreta de Super Vilões. Formada pelo velho carecão do Luthor (Lex Luthor, o inimigo do Superman), Deathstroke (o galã da terceira idade aka Mercenário), o Adão Negro (Teth-Adam, uma versão dark do Shazam, que ao invés de ganhar os poderes do Shazam, ganha de 6 deuses egípcios, negócio é death metal), Dr. Psycho (telepata inimigo nas histórias da Mulher Maravilha), Talia Al Ghul (filha do imortal Ra’s Al Ghul, mãe do filho biológico de Bruce Wayne) e o Calculator (vilãozinho de segunda em termos de ser bacana, apesar de terem sidos precisos vários heróis juntos pra derrotá-lo), este último ainda recrutou o Mr. Freeze pra tal sociedade. Só pra não fazer confusão: Todos esses vilões são da Earth 1, a dimensão que nós conhecemos.
Neste ponto já podemos começar a “Crise Infinita”.
L-001 (12)Aqueles nomes que citei das demais “Earths”, ao fim do “Crise nas Infinitas Terras” vão para a dimensão que corresponde ao paraíso, só que os caras não querem ficar lá. Um lugar cristalino sem as emoções fortes e tal… Pior ainda pro Superboy-Prime, que desejava voltar a ser um herói e salvar vidas.
E querendo sair de lá de qualquer jeito, entra o método Morrison de solucionar as coisas: inventar. Superboy dá um soco na realidade. Um SOCO NA REALIDADE.
Vocês que começaram a ler HQs há poucos anos talvez não saibam, mas na época do soco na realidade isso foi um absurdo tão ridículo que entre a galera fã de quadrinhos isso virou piada. “Tá com algum problema? Dá um SOCO NA REALIDADE”. Claro que tinha que virar piada, olha que MERDA de idéia os caras arrumaram. Se ele desse um jeito de enfiarem o Flash na história e ele usasse algum poder absurdo ligado a força de aceleração… Sei lá, podia fazer um background melhor pra essa história de cruzar as dimensões. Um SOCO? Putz…
O Luthor Jr. é malandrão, ele deu mais poderes ao Superboy-Prime, roubou o controle do “Brother Eye”, que é tipo um mecanismo de vigia feito pelo próprio Morcego após a história em que Zatanna apaga a memória de todo mundo pra impedirem o Batman de descobrir os podres que o Dr. Light aprontou. Em resumo: o negócio observa a tudo.
Não satisfeito ele ainda monta uma nova sociedade de vilões, pega o Caçador de Marte como refém, recupera o corpo do Anti-Monitor e dá inicio a uma guerra entre Rann e Thanagar.
“Puxa o freio, mano. Quem é Rann e Thanagar? E quem diabos é o anti-monitor? É algum aluno que odeia o monitor do colégio?”. Devagar e sempre, vamos lá. Rann e Thanagar não são pessoas, são LUGARES. São planetas. L-001 (19)Rann fica em Alfa Centauro, e Thanagar em Polaris. O Luthor Jr. e o Superboy-Prime empurraram Rann (sim, eles empurraram o planeta) pra Polaris, e a entrada do astro em Polaris causou uns efeitos geológicos bizarros em Thanagar, o que levou os planetas a entrarem em guerra. Thanagar é cenário pra algumas aventuras do Hawkman, ou Gavião Negro, o maluco com máscara e asas de pássaro.
E o Anti-monitor… bom, isso é mais “existencial”. No universo, a coisa mais antiga de que se tem registro, é o Monitor e sua contra-parte, o Anti-monitor. O Monitor tem poderes de gerar vida, ou desfazer as ações do Anti-Monitor, que por sua vez controla a anti-matéria, e simplesmente desintegra as coisas e etc. Um lance bem “origens do universo”. Eles entraram numa guerra de milhões de anos, guerra esta que terminou em empate com ambos desacordados. Então o Luthor Jr. pegou o corpo do anti-monitor uns 9 bilhões de anos depois do knockout.
L-001 (11)Já tá bom de problemas? Não. O Espectro, que vocês devem conhecer de velhas histórias do Lanterna Verde, a entidade super poderosa que por algum tempo era tipo “mesma pessoa” que Hal Jordan, isso lá atrás quando Hal Jordan havia morrido, não agora. Nesse caso o Espectro era o Espectro puro, e ele foi designado a acabar com todos usuários de mágica ou poderes mágicos pelo mundo, como por exemplo a Zatanna. Isso enquanto os OMACs estavam atrás dos que tinham super poderes independentes de mágica. Tecnicamente, todos heróis da Terra estavam numa roubada fenomenal.

Um grupo chamado de “Freedom Fighters” foi exterminado pela Sociedade de Vilões. Esse grupo é de uma dimensão onde os nazistas venceram a guerra e eles lutam contra a tirania e opressão. Eles foram parar ali graças ao “soco na realidade”.
O lugar escolhido pra servir de base contra a crise foi o “New Chronus”, um planeta que serve de residência para deuses, e também pra Donna Troy, a falecida Wondergirl, ou Moça Maravilha, ou Tróia, ou Darkstar (…). Ela vivia lá porque foi levada pelos “Deuses” no momento em que ia morrer nas mãos do Superman Andróide, que acreditavam que ela seria a pessoa que os salvaria num determinado momento. Apagaram a memória dela, implantaram algumas falsas e lá estava ela vivendo como esposa de um deles sem saber de nada sobre sua real vida.
L-001 (9)Também ocorre uma batalha entre as amazonas de Themyscira (lar da Mulher Maravilha e Donna Troy) contra os OMACs, e a Sociedade Secreta dos Super Vilões ainda joga o Chemo em cima de Blüdhaven, cidade onde Dick Grayson resolveu ficar para proteger como se fosse sua Gotham. Isso só pra distrair os heróis. O Chemo pra quem não sabe é um vilão que tem habilidade de causar um efeito de uma explosão de bomba atômica. Superman da Earth 2 queria fazer de sua dimensão a “oficial”… Coringa tentou entrar pra sociedade e não conseguiu… Faz jus ao nome “Crise Infinita”, os problemas nunca acabam.

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